O presidente da Latin American Training Center, Steve Solot, abriu os trabalhos apresentando o aspectos para a co-produção audiovisual, elencando algumas instituições estratégicas, onde o cinema latino pode encontrar caminhos para se viabilizar comercialmente – como o Independent Film and Television Association (IFTA) de Los Angeles, que reúne mais de uma centena de empresas independentes.
A análise das tendência do mercado passou pelo cenário de estagnação da bilheteria norte-americana (que aumentou em arrecadação e diminuiu em número de ingressos vendidos), do crescimento do mercado de filmes independentes e de arte, do sucesso dos filmes para o público adolescente, da ampliação dos sistemas de exibição digital e 3D, além da expansão da banda larga como mecanismo fundamental n difusão de conteúdos nos próximos anos.
Para tanto, Solot sinaliza um momento significativo de mudança de paradigma, onde todo um novo modelo de negócio audiovisual está para ser definido e implementado. Neste cenário, que envolve a queda drástica do mercado de DVDs em contrapartida ao advento de novas plataformas de difusão digital, Ásia e a América Latina se posicionam como mercados com alto potencial de crescimento e a publicidade se coloca diante do desafio de definir como irá se inserir de maneira a tornar viável todo o aspecto comercial da produção audiovisual.
Na sequencia, Fábio Cesnik, do escritório Cesnik, Quintino e Salinas Advogados – especializado em consultoria a negócios e ações voltadas às áreas do entretenimento e cultura – abordou aspectos específicos das leis de incentivos fiscais no Brasil, explicando as peculiaridades e diferenças entre a Lei Rouanet, Lei do Audiovisual e Funcine. Questões como abatimento integral ou parcial, financiamento via pessoa física e jurídica e a reflexão sobre o caráter financeiro em contraponto ao apelo cultural que move o patrocino de projetos, permitiu aos produtores vislumbrarem alguns caminhos para viabilizar as suas obras.
Por último, o representante da EGEDA (Entidad de Gestión de Derechos de los Productores Audiovisuales) na América Latina, Guzman Fernandez, explicou o trabalho de administração dos direitos dos produtores audiovisuais de mais de 9 mil produtores representados pela entidade. Guzman deu especial ênfase na questão do direito de retransmissão via cabo e outras plataformas digitais, ainda não regulamentada no Brasil, e que na legislação européia é obrigatoriamente representada por uma gestão coletiva.
Assim, os produtores descobriram na EGEDA uma organização semelhante ao que o ECAD realiza com os direitos sobre a música aqui no Brasil. Atuante em alguns países da América Latina, a EGEDA busca se estabelecer no mercado brasileiro, discutindo os mecanismos de proteção e licenciamento das produções e incentivando a união em torno de uma gestão conjunta, que também se propõe a contribuir para o retorno comercial de conteúdos audiovisuais brasileiros em outros países.
A programação prosseguiu como uma clínica, onde Solot e Cesnik ofereceram consultoria para produtores que desejam adequar seus projetos no contexto das co-produções internacionais e se beneficiarem das possibilidades de obtenção de incentivos fiscais em cada país. Por fim, foi realizado o lançamento oficial do livro “Incentivos Fiscais para a Produção e a Co-Produção Audiovisual na Ibero-América, Canadá e Estados Unidos” – organizado pelo LATC e escrito por especialistas de 11 países.

Lançamento do livro “Incentivos Fiscais para a Produção e a Co-Produção Audiovisual na Ibero-América, Canadá e Estados Unidos” durante o 13º FAM
Texto – Luciano Burin
Fotos – Dario Almeida Prado Jr.
Assessoria de Imprensa – 13º FAM