Durante a edição 2025 da Rio2C, maior encontro de criatividade e inovação da América Latina, Steve Solot, presidente do Latin American Training Center-LATC, foi um dos palestrantes do painel “Amazon Prime Apresenta: Cash Rebate como Mecanismo de Atração de Investimento e Desenvolvimento Regional”, promovido pela Amazon Prime e que discutiu como mecanismos como o cash rebate e os créditos fiscais atuam na atração de produções internacionais, fortalecem o setor local e promovem os países como destinos de filmagem.
O debate reuniu importantes nomes do setor audiovisual nacional e internacional. Além de Steve Solot, participaram John R. Holmes, diretor de produção e pós-produção de originais internacionais da Amazon MGM Studios / Prime Video; Juliana Funaro, sócia e diretora-executiva da Barry Company; Márcio Tavares, secretário-executivo do Ministério da Cultura; e Silvia Echeverri, diretora da Proimagenes Colombia.
Solot apresentou dados de um estudo conduzido pela consultoria Olsberg SPI em agosto de 2024, que aponta que a criação de um incentivo federal no Brasil poderia gerar até US$ 1,03 bilhão (cerca de R$ 5,15 bilhões) em gastos diretos com produção até 2030. Ele defendeu a implantação do mecanismo de cash rebate como a solução mais viável para o país começar a se destacar nesse sentido. Solot destacou que o Brasil precisa adaptar os modelos internacionais à sua própria realidade, sem copiá-los diretamente.
“É importante deixarmos claro que o Brasil, em termos de políticas de atração de investimento, não está no mapa global. Os instrumentos que existem em São Paulo e no Rio de Janeiro são incentivos excelentes, mas ainda é muito pouco. Se a Amazon ou a Netflix querem filmar na Amazônia, não tem nada. Então elas vão para outro lugar onde as possibilidades são melhores”, ressaltou Solot.
Os demais participantes também reforçaram a importância de políticas públicas estáveis e competitivas para o setor audiovisual. John R. Holmes destacou que os incentivos são decisivos para as escolhas das locações, e que a Amazon já filmou no Brasil graças a mecanismos regionais, como os de São Paulo e do Rio de Janeiro. Juliana Funaro acredita que, sem cash rebate, o Brasil perderá interesse de parceiros internacionais. Silvia Echeverri compartilhou a experiência colombiana com o cash rebate, enfatizando o impacto positivo sobre a economia criativa local. Márcio Tavares, por sua vez, garantiu que a implementação de um programa de film commission a nível nacional, que garanta instrumentos de atração de incentivo como o cash rebate, é uma questão que está sendo tratada como agenda prioritária no Ministério da Cultura e que esta é uma entrega que a pasta deseja deixar até o fim de sua gestão, como um complemento ao sistema de fomento ao audiovisual brasileiro.